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Luís Augusto Cassas |
Meus olhos estão brincando
de esconde-esconde
entro o prato de sopa quente
No entanto estão frios e lúcidos
e não parecem conversar
Estão quietos resignados
investigando meus sonhos
policiando meus sentimentos
Às vezes me vem um visão triste
(sinto que dentro do prato
um menino com fome me espreita)
e eu sinto raiva de todas as ideologias
Então fico pausando lento vagaroso
e com vergonha de mim mesmo
dissolvo a sopa quente com a colher
para que meus olhos não me vejam
Luís Augusto Cassas
In A Poesia Sou Eu, vol. 1, p. 126
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