qual o sentido
de se estar vivo:
viver os cinco sentidos?
acender a luz do espírito?
reedificar o paraíso?
tornar-se do todo amigo?
ser lírio ou narciso?
por que quando o sentido
a face vem
mostrar
esconde-se o
não sentido
para o sem
sentido brilhar?
o sentido
é paisagem que aí está?
o não sentido
é passagem que se abrirá?
o sem sentido
é viagem sem lugar?
ad finitum
é o universo:
mysterium
tremendum
mas do precipício
seremos salvos
quando a essência
reencontrar o princípio
por enquanto da vida
só captamos os ruídos
mas o verdadeiro sentido
será definitivo
quando o que clama
desde jerusalém
irromper-nos à alma
com o seu amém!
Luís Augusto Cassas
In A Poesia Sou Eu, vol. 2, p. 572
Nenhum comentário:
Postar um comentário