dizem (e eu
também digo)
que tudo
tem sentido
e embora
escondido
brota
a flor
azul
do signo
no perfume
do vivido
mas (também)
pressinto
num átimo
de íntimo
sob as aporias
do oblíquo
(onde tudo
é relativo)
que nada
tem sentido
e confuso
observo
em parafuso
nas escuras regiões
da alma
onde o não-brilho
revoga o pistilo
que tudo
permanece
no exílio
como um grito
no granito
e esse traço
(pressentido)
por sinal
(igual ao fósforo
Aceso
no bósforo
em noites
de frio)
é o único
permitido
entre nós
— vis
— mortais —
e Ele
que escreveu
o Livro
em eras
remotas
a senda
dominava
a cena
(e a imaginação
excitava
os umbrais)
hoje meio odisseu
meio créu
meio joio
meio trigo
não
me torturo
mais
tornei-me
meu próprio sentido
nada mais
\
Luís Augusto Cassas
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