quinta-feira, 2 de julho de 2015

DE AMOR E DE SOMBRAS






O amor não morre Rosa


O amor não é ave em extinção
O amor não entra na lista dos desaparecidos
O amor não quer saber a quem se dar
O amor nunca deserta de sua função de ser


Às vezes o amor despede-se: tira férias
pois o coração que acendia a tocha apagou


Então se recolhe e se transfere
viaja a um novo coração ferido
torna-se presa de suave melancolia
e retorna disfarçado em sofrimento e alegria


Mas súbito a palha vira fogo
A floresta invade o céu
e inesperadamente uma tarde
a rosa nasce entre as tochas


Onde era azul agora é verde
onde foi Joana agora é Célia
onde foi Tristana agora é Helena
onde foi Clara agora é Karina
e tudo renasce como a chuva
sobre as pedras ávidas de sede


O amor não morre Rosa


O tempo esculpe novos rostos
em antigos sentimentos







Luís Augusto Cassas
In A Poesia Sou Eu, vol. 1, p. 352



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