quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O POEMA DA VANGLÓRIA ou DA GLÓRIA VÃ

Teillhard de Chardin

                                                                                                                             a Teillhard de Chardin


Sou impuro Senhor
Nem omo total
lavará a minha alma


A sujeira perene
é minha virtude teologal
É de breu minha paz


Por mais que me esforce
não vislumbro pureza
nas flores do campo


Por mais que tente
só consigo concentrar-me
no umbigo das coisas vãs


Não é difícil de amar
Mas o outro meu Deus o outro
aí é difícil suportar


Bem que o outro podia ser céu
ponte aérea do bem asa de anjo
néctar do azul sorriso da estrela


Mas quando penetro em seu território
o humor sangra seus alicates
o inferno arma o lança-chamas


Minha coroa de espinhos
é amar o próximo
ainda que distante


Crucifica o próximo Senhor
Crucifica-me junto com o outro
pra ver se o suporto no paraíso








Luís Augusto Cassas
In A Poesia Sou Eu, vol.1, p. 421



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