sexta-feira, 27 de junho de 2014

O PALHAÇO (O Homem que Ri)




ó alegria
vingança do ridículo
salva os palhaços
do circo


ó alegria
kamikaze do insólito
extermina a agonia
do plástico


vem tragicômica
nux vomica
gargalha a risada
tragédia da lágrima


fecha o siso
genocídio do riso
libera o opio
fetiche dos trópicos


embora detrás
da máscara de carne
um orfanato ambulante
cante no palhaço


o santo canonizado
no antiácido
protege-o do humor negro
do fracasso


ó alegria
brincas sem dó e piedade
mas és a melhor fantasia
na careta da humanidade







Luís Augusto Cassas
In A Poesia Sou Eu, vol. 2, p. 473


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